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VALNIR FARIAS PASQUIM
Biografia originalmente publicada em 1985:
Autor de diversos textos infantis, entre eles : “Coração de Palhas” (premiado e encenado); “Rio dos Ventos” (premiado, editado e encenado); “O Menino que Veio do Oco da Terra” (premiado, editado e encenado).
Livros inéditos: “Sangrador” (escolhida para publicação no I Concurso Nacional de Poesias. Editora Lunardelli).
ANTOLOGIA DE POETAS DE BRASÍLIA. Rio de Janeiro, DF: Shogun Editora e Arte Ltda, 1985. 140 p. Coordenação editorial: Christina Oiticica.
[Este exemplar foi doado por Carlos Edmundo da Silva Arnt, que tem seu poema na p. 27, para a biblioteca da Caixa Econômica, de Brasília, em 1985. A empresa se desfez do acervo e este exemplar foi para a livraria “sebo” de nosso amigo José Jorge Leite de Brito, que por sua vez nos doou um lote de livros para ajudar na montagem de nosso Portal de Poesia Ibero-americana, em 2021. A editora explicava: “Se você é um autor novo e quer editar seu trabalho, fale com a gente.”, na intenção de promover a criação literária entre os jovens. ]
LINHAS DAS MÃOS
Espero...........................
Certeza absoluta que não virá
Ouço toque na porta
É o vento lá fora brincando de varrer ruas
Acendo um cigarro fictício
O quarto cobre-se de fumaça branca
Tranquilizo-me
Mesmo sabendo que não virá
Então por que insisto?
Enigma
Deito no colchonete
Conto estrelas fugidias no teto
Mar que provavelmente naufragarei
Duas inclinadas numa praia deserta dos
meus devaneios
Simplesmente tem mentido
Embaraço-me no labirinto da irracionalidade
Polo negativo sem atração
Na varanda a lua é uma espiã atrevida
O rádio insiste nas horas
Que importa as horas quando
se tem uma noite para se atormentar?
Escarro
Sinto raiva
Penso na fragilidade do ser
Puxo a descarga
Um passarinho engaiolado no apartamento
do vizinho acorda assustado
Livros esparramados pelo chão
Aparelho de TV fora do ar
Rosto de mulher nítido se aproximando
Sinto o cheiro do seu mistério
Apalpo seu corpo roliço
O sonho um guerreiro vencido pela barreira
da minha teimosia
Um carro derrapa lá embaixo
Ninguém subirá
Não abrirei porta alguma
Afago meu sexo sem sentir qualquer desejo
Ruídos banais
A luz continua acesa
Reveso meus olhos no espelho
Eles estão destituídos de qualquer luminosidade
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Página publicada em março de 2021
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